Um novo estudo indica que uma em cada dez mortes por suicídio nos Estados Unidos é cometida por pessoas que sofrem de dor crônica.
A dor crônica foi prevalente em quase 9% dos indivíduos que morreram por suicídio, de acordo com pesquisa publicada esta semana na revista Annals of Internal Medicine. Os autores do estudo concluem que a presença de dor crônica é um fator de risco significativo para o suicídio em indivíduos, associados também a maiores índices de abuso de medicamentos derivados da morfina (opióides), depressão e ansiedade.
Embora o estudo não possa provar que a dor crônica contribuiu para as todas as decisões das pessoas de se matarem, “nós percebemos que problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, eram mais comuns entre aqueles com dor crônica”, disse a principal autora, Emiko Petrosk, uma epidemiologista do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA em Atlanta.
Os pesquisadores descobriram que 8,8 por cento dos 123.181 falecimentos por suicídios incluídos no estudo tinham evidência de dor crônica; de 2003 a 2014, esse percentual aumentou de 7,4 para 10,2 por cento. No geral, 53,6 e 16,2 por cento dos suicidas com dor crônica morreram de ferimentos por arma de fogo e overdose de opióides, respectivamente.
Um grande número de dores crônicas experimentadas pelas vítimas de suicídio sofriam de dores nas costas, artrite, enxaqueca ou dor associada ao câncer.
Segundo o Dr. Marcus Yu Bin Pai, médico especialista em Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, “o estudo foi importante para reforçar a importância no tratamento precoce e multidisciplinar das dores crônicas, pois mais de 50% dos pacientes que sofrem destas dores evoluem com depressão, insônia e ansiedade generalizada, o que dificulta sua reabilitação”.
De acordo com os autores do estudo, “os profissionais que cuidam de pacientes com dor crônica devem estar cientes do potencial aumento do risco de suicídio, e mais esforço pode ser necessário para diagnosticar, gerenciar e tratar a dor crônica e as condições de saúde mental comórbidas”.
“A vigilância contínua e a pesquisa são necessárias para entender melhor o impacto da dor crônica nos Estados Unidos”, concluem os autores.
O estudo foi publicado em 11 de setembro de 2018, e está disponível em: http://annals.org/aim/fullarticle/2702061/chronic-pain-among-suicide-decedents-2003-2014-findings-from-nationalFonte: Vanessa Mastro – Assessoria de Imprensa e Comunicação
Fonte: Vanessa Mastro – Assessoria de Imprensa e Comunicação