Tudo em excesso prejudica
Neste Dia Nacional do Surdo, a discussão sobre perda auditiva se mostra importante
A perda auditiva é uma condição natural – perde-se conforme o passar dos anos, mesmo que, em sua maioria, as pessoas a percam ainda durante a idade ativa, por problemas auditivos antes da meia idade.
Otorrinolaringologista e mestre em cirurgia clínica, a Dra. Rita de Cássia, nos explica que uma das causas mais comuns da deficiência auditiva é a exposição prolongada a ruídos – dentre eles, principalmente, se encontra o som auto, com ou sem uso de headphones, que pode levar a pessoa a adquirir diversos graus de surdez.
Os fones de ouvido transmitem altos níveis de vibração sonora (decibéis). Em censo, cerca de 28,8% de adolescentes brasileiros (os usuários mais frequentes) já possuem zumbidos – uma pressão nos ouvidos que causa uma dificuldade em compreender o que se ouve – em níveis comparados a adultos. “A probabilidade destes, ao entrarem em um contato prolongado com elevados níveis de ruídos, apresentarem problemas auditivos já aos 30 ou 40 anos é enorme”, explica Rita. Em geral, no Brasil estima-se que, ao menos, 15 milhões de pessoas já sofrem com algum tipo de perda auditiva ao entrar em contato com barulhos intensos.
Para os fones, a solução não é aboli-los, mas sim, usa-los com moderação, sem o exagero no volume do aparelho – como explica a otorrino. O limite auditivo seguro do som contínuo é 80 decibéis: “É preciso escute o som e, ao mesmo tempo, o que está a sua volta”, orienta a especialista. O modelo de concha é o mais recomendado para fones, então opte em usar este.
“Essas dicas são importantes para cuidar de sua audição e proteger seus ouvidos. Fique atento ao tempo de exposição ao som alto: o ideal é fazer uma pausa de 10 minutos a cada hora de barulho intenso”, finaliza Rita.
Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães (CRM 9009)
Otorrinolaringologista, otoneurologista, mestre em clínica cirúrgica pela UFPR
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