A Sociedade Brasileira de Diabetes critica a decisão do Ministério da Saúde, publicada neste mês, de não incorporar na rede pública a oferta de uma categoria mais moderna de insulina usada no controle da diabetes tipo 1.
Esse tipo de diabetes costuma ter diagnóstico na fase da infância e adolescência.
O foco da queixa da entidade é a rejeição, pela Conitec (comissão da Saúde que chancela novas tecnologias no SUS), da oferta da insulina análoga rápida.
A entidade defende que esse tipo de insulina melhora o controle do açúcar no sangue e é mais seguro porque reduz a chance de episódios graves de hipoglicemia.
Segundo Walter Minicucci, presidente da sociedade, a insulina análoga age de maneira mais rápida que a insulina regular ofertada pelo SUS -começa a funcionar entre 10 e 15 minutos em vez de levar de 30 minutos a 1 hora.
O médico diz que a sociedade defendeu, junto ao governo, a oferta da insulina mais moderna para pelo menos três grupos: crianças de até 13 anos, grávidas que têm diabetes e pacientes com hipoglicemia que não têm sintomas. “Pedimos o mínimo necessário, mas o governo brasileiro optou por dar um tratamento de segunda linha para os diabéticos.”
Em seu parecer, a Conitec estima um custo de R$ 772 milhões para a oferta da insulina análoga rápida para 100% dos pacientes (cerca de 600 mil pessoas) durante cinco anos. Isso representa, segundo o próprio relatório, pouco mais que o dobro gasto com o medicamento hoje ofertado.
Procurado, o Ministério da Saúde afirmou que o tratamento disponível “atende plenamente aos pacientes”.
“Nenhum estudo aponta que as insulinas análogas são superiores nem demonstra que elas melhoram a sobrevida dos pacientes. Além disso, por ser um produto mais recente, encontra-se sob vigilância de pós-comercialização, não tendo segurança de longo prazo comprovada”, disse a pasta via uma nota.
FONTE: Folha de S. Paulo