Pesquisas mostram que não praticar atividade física além de ampliar o risco de doenças, pode ser tão prejudicial quanto o tabagismo para adultos
Uma pesquisa realizada pela University of Eastern Finland e divulgada no Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports mostrou que crianças que não praticam exercícios físicos ou se exercitam pouco possuem um risco aumentado para diabetes tipo 2 ou doenças cardiovasculares.
A análise foi baseada em 352 crianças finlandesas, com idades entre 9 e 11 anos. A capacidade aeróbica de cada uma foi determinada através do consumo de oxigênio durante um teste de esforço. Além disso, os pesquisadores também mediram os riscos de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares verificando a circunferência da cintura, níveis de insulina, glicose, colesterol HDL, triglicérides e pressão arterial dos participantes.
Segundo o cardiologista Diego Garcia, os resultados fortalecem a evidencia da necessidade de uma vida saudável desde a infância. “Tem crescido o número de crianças com diabetes tipo 2, mas isso pode ser revertido com a adesão a exercícios físicos e uma dieta mais saudável, além de reduzir os valores de pressão arterial e o colesterol”, explica. O especialista também ressalta que pessoas que possuem diabetes tipo 2 ainda possuem um risco aumentado a desenvolver problemas cardíacos, isso porque o processo aterosclerótico é acelerado no paciente diabético, o que aumentan as chances de obstrução da artéria coronária. “Esses fatores podem resultar em um infarto agudo do miocárdio ou até um acidente vascular cerebral”, comenta Garcia.
Os pesquisadores ainda explicam que há duas formas de medir a capacidade aeróbica, seja em comparação com a massa corporal total ou a massa muscular esquelética. Para eles, a melhor forma de identificar o risco de diabetes tipo 2 e doença cardiovascular é se baseando pela massa corporal total.
E os adultos?
Um grande estudo, realizado pela Cleveland Clinic e publicado no Journal of the American Medical Association Network Open, acompanhou mais de 122.000 pacientes de 1991 a 2014 e mostrou que não se exercitar pode ser tão ruim para saúde quanto problemas cardíacos, diabetes e até tabagismo.
A pesquisa dividiu os participantes em cinco grupos de desempenho: elite, alto, acima da média, abaixo da média e baixo. Idosos do grupo de elite, que possuem capacidade aeróbica comparado a de atletas de resistência foram os mais beneficiados, apresentando um risco de mortalidade quase 30% menor em comparação com aqueles classificados como de alto desempenho.
Diego Garcia afirma que a atividade física, aliada a uma alimentação saudável é benéfica para todas as faixas etárias e ambos os sexos, com ou sem alguma doença cardíaca, mas orienta sempre a seguir orientações do médico em relação ao tipo, intensidade e periodicidade dos exercícios. “Um especialista pode indicar o melhor caminho para uma vida equilibrada eem certos casos, auxiliar na prescrição de exercícios físicos em quem tem alguma doença cardíaca”, finaliza.
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