TIC Saúde 2018 mostra ainda que a disponibilização de serviços de telessaúde foi maior nos estabelecimentos públicos em relação aos privados.
Em 2018, 69% das Unidades Básicas de Saúde (UBS) possuíam um sistema eletrônico para registro das informações dos pacientes. Além disso, 65% mantiveram os prontuários dos pacientes em formato totalmente ou parcialmente eletrônico, enquanto 35% o fizeram apenas em papel. Os dados são da sexta edição da pesquisa TIC Saúde , lançada nesta quinta-feira (17/10) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). A divulgação dos indicadores e da publicação aconteceu em São Paulo durante o painel “A importância de medições e indicadores para o aprimoramento das políticas públicas do setor de saúde” promovido dentro do workshop “Computação Científica, Visualização de Dados & Analytics na Medicina na Era do Big Data”.
“As UBS são a porta de entrada para o sistema de saúde. No entanto, a adoção das novas tecnologias e sistemas de informação pelas UBS ainda encontra barreiras relacionadas a infraestrutura, como a falta de computador e de acesso à Internet”, destaca Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br. Em 2018, 10% das UBS não tinham computadores e 20% não tinham acesso à Internet. Em um universo de 40.500 UBS, essa proporção corresponde a cerca de 3,9 mil e 4,2 mil, respectivamente.
Contemplando todos os estabelecimentos de saúde públicos (incluindo as UBS) com acesso à Internet, 66% deles possuíam algum tipo de sistema eletrônico para registro de informações dos pacientes em 2018 — número que chegou a 80% nos estabelecimentos privados. Em relação à forma de armazenamento dos prontuários, 10% dos locais públicos mantiveram apenas em formato eletrônico; 38% exclusivamente em papel; e 51% em ambas as formas. Nos estabelecimentos privados, os números foram 25%, 17% e 56%, respectivamente.
As funcionalidades mais presentes nos estabelecimentos de saúde foram as de natureza administrativa, quando comparadas com as informações de suporte à decisão e de troca de informações. Agendamento de consultas, exames ou cirurgias estavam disponíveis em 53% dos estabelecimentos públicos e 56% nos privados; gerar pedidos de materiais e suprimentos em 50% dos estabelecimentos públicos com acesso à Internet, e 39% nos privados. Funcionalidades de suporte à decisão como diretrizes clínicas, alertas e lembretes sobre alergia a medicamentos ou contraindicação estavam presentes em cerca de um quarto do total dos estabelecimentos de saúde com acesso à Internet.
Infraestrutura e Gestão TIC
Os dados da pesquisa TIC Saúde 2018 também revelam o uso de computadores (91%) e acesso à Internet (83%) nos estabelecimentos públicos de saúde, e nos privados, se manteve estável (99% em ambos os casos) em relação ao ano anterior. Além da disparidade em relação a esfera administrativa, o acesso à Internet nos estabelecimentos de saúde também foi distinto conforme a região: aquelas com percentual mais baixo são Norte (80%) e Nordeste (82%).
Em relação à segurança e proteção dos dados, a pesquisa aponta que 19% dos estabelecimentos públicos e 27% dos privados possuíam algum documento que define uma política de segurança. Ferramentas de segurança da informação como criptografia de e-mails (27% público e 56% privado) e da base de dados (24% público e 35% privado) ainda permanecem como as com menores percentuais de uso pelos estabelecimentos de saúde.
Serviços on-line oferecidos aos pacientes e telessaúde
Os serviços on-line mais disponibilizados pelo total de estabelecimentos para acesso dos pacientes foram agendamento de consultas (26%), agendamento de exames (27%) e visualização de resultados (26%). O destaque ficou para os estabelecimentos sem internação que apresentaram uma tendência de alta na disponibilização de agendamentos on-line, passando de 18%, em 2016, para 29%, em 2018.
Seguindo a tendência apresentada nos anos anteriores, a disponibilização de serviços de telessaúde foi maior nos estabelecimentos públicos em relação aos privados, principalmente no que diz respeito à educação a distância em saúde (37% nos públicos contra 12% nos privados) e atividades de pesquisa a distância (29% nos públicos contra 8% nos privados).
A 6ª edição da pesquisa apresenta novos indicadores de serviços de telessaúde, como teleconsultoria (29% nos públicos e 11% nos privados), segunda opinião formativa (17% nos públicos e 5% nos privados) e telediagnóstico (22% nos públicos e 4% nos privados). “Um melhor aproveitamento do potencial da telessaúde é essencial para a busca de uma real universalização dos serviços prestados”, acrescenta Barbosa.
Adoção das TIC entre médicos e enfermeiros
A pesquisa aponta que apenas 25% dos enfermeiros e 19% dos médicos declararam ter realizado algum curso relacionado à área de informática em saúde nos 12 meses que antecederam a pesquisa. Em geral, profissionais de estabelecimentos privados realizam mais cursos nessa área, quando comparados com os dos estabelecimentos públicos. Segundo a percepção de médicos e enfermeiros, entre os impactos mais mencionados em relação ao uso de sistemas eletrônicos estão: a melhoria na eficiência dos processos de trabalho das equipes (92% para ambos) e a percepção de que os sistemas eletrônicos proporcionam uma maior eficiência no atendimento (89% para enfermeiros e 84% para médicos). Além disso, apenas 29% dos enfermeiros e 34% dos médicos concordaram que os recursos financeiros para investimento em sistemas eletrônicos eram suficientes para as necessidades do estabelecimento.
Sobre a pesquisa
A pesquisa TIC Saúde tem o objetivo de investigar a penetração das TIC nos estabelecimentos de saúde e sua apropriação por profissionais de saúde (médicos e enfermeiros). Em sua sexta edição, a pesquisa entrevistou 2.387 gestores de estabelecimentos de saúde localizados em todo o território nacional. Além disso, foram entrevistados 1.697 médicos e 2.716 enfermeiros vinculados a estes estabelecimentos. A coleta de dados ocorreu entre julho e novembro de 2018, para os gestores, e para amostra dos profissionais de saúde, a coleta de dados foi realizada entre setembro de 2018 e fevereiro de 2019.
Para acessar a pesquisa na íntegra, assim como rever a série histórica, visite: cetic.br/pesquisa/saude/
Sobre o Cetic.br
O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, do NIC.br, é responsável pela produção de indicadores e estatísticas sobre a disponibilidade e o uso da Internet no Brasil, divulgando análises e informações periódicas sobre o desenvolvimento da rede no País. O Cetic.br é um Centro Regional de Estudos, sob os auspícios da UNESCO. Mais informações em www.cetic.br/
Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (www.nic.br/) é uma entidade civil, de direito privado e sem fins de lucro, que além de implementar as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil, tem entre suas atribuições: coordenar o registro de nomes de domínio — Registro.br (http://www.registro.br/), estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil — CERT.br (http://www.cert.br/), estudar e pesquisar tecnologias de redes e operações — Ceptro.br (http://www.ceptro.br/), produzir indicadores sobre as tecnologias da informação e da comunicação — Cetic.br (http://www.cetic.br/), implementar e operar os Pontos de Troca de Tráfego — IX.br (http://ix.br/), viabilizar a participação da comunidade brasileira no desenvolvimento global da Web e subsidiar a formulação de políticas públicas — Ceweb.br (http://www.ceweb.br), e abrigar o escritório do W3C no Brasil (www.w3c.br/).
Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil — CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (www.cgi.br/principios). Mais informações em www.cgi.br/
Fonte: Assessoria de Imprensa