O Brasil apresenta um dos piores cenários do mundo em relação à sepse. Por ano, são registrados 670 mil casos, sendo que desses 55% vão a óbito. Muitas são as causas da alta incidência da síndrome em nosso país. Entre elas, o atraso no diagnóstico, motivado não apenas pelo desconhecimento da doença pelos pacientes e familiares, mas pela própria equipe de saúde.
Diante desse cenário, o Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), com sede no Brasil, se uniu ao Conselho Federal de Medicina (CFM), e lançou, no final do ano passado, a Recomendação CFM Nº 6/2014, inserida no livro “Sepse, um problema de saúde pública” (clique e acesse http://www.diamundialdasepse.com.br/assets/arquivos/livro-um-problema-de-saude-publica.pdf). O documento indica que em todos os níveis de atendimento à saúde sejam estabelecidos protocolos assistenciais para o reconhecimento precoce e o tratamento de pacientes com sepse. Além disso, recomenda a capacitação dos médicos para o enfrentamento desse problema e a promoção de campanhas de conscientização do público leigo.
Ações para profissionais de saúde e população – No dia 13 de Setembro é o Dia Mundial da Sepse, quando mais de 60 países, incluindo o Brasil, se unem para conscientizar tanto profissionais de saúde como população em geral sobre a síndrome que mata mais do que alguns tipos de câncer e infarto.
O ILAS realizará na nessa semana uma série de ações, entre elas “blitz” no dia 11 de setembro em cinco capitais: Belém (PA), São Luís (MA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF) e Florianópolis (SC). Na ocasião, serão distribuídos folhetos explicativos para a população, que também poderá esclarecer suas dúvidas com profissionais de saúde que estarão nas localidades. Em Brasília (DF) a ação acontecerá na Rodoviária Interestadual de Brasília (Trecho 4, conjunto 5/6 – Asa Sul), das 7 às 15 horas. Além disso, ILAS e AMIB – Associação de Medicina Intensiva enviarão as mais de 1.900 unidades de terapia intensiva material de conscientização para os profissionais de saúde.
Sobre a Sepse – A sepse continua sendo um grande desafio para profissionais de saúde do mundo todo. Estima-se o registro de cerca de 15 a 17 milhões de novos casos todo ano, sendo 670 mil só no Brasil. Dados de estudos epidemiológicos, coordenados pelo Instituto Latino Americanos de Sepse (ILAS), apontam que cerca de 30% dos leitos das unidades de terapia intensiva em nosso país são ocupados por pacientes com sepse grave.
“A sepse era conhecida, antigamente, como septicemia ou infecção no sangue. Mas, na verdade, é uma inflamação generalizada do organismo contra uma infecção que pode estar localizada em qualquer órgão. A síndrome pode levar à parada de funcionamento de um ou mais órgãos ou levar à morte, quando não diagnosticada e tratada rapidamente”, explica Dr. Luciano Azevedo, presidente do ILAS.
Na última década, a taxa de incidência da doença aumentou entre 8% e 13% em relação à década passada, sendo responsável por mais óbitos do que alguns tipos de câncer, como o de mama e o de intestino. “Muitas são as razões desse crescimento, como o envelhecimento populacional, o aumento das intervenções de alto risco e o desenvolvimento de agentes infecciosos mais virulentos e resistentes a antibióticos”, disse o Dr. Luciano Azevedo.
Dr. Luciano Azevedo acrescenta ainda que “uma pesquisa do ILAS, em parceria com o Instituto Datafolha e 134 municípios brasileiros, mostrou que 93% dos entrevistados nunca tinham ouvido falar sobre sepse. Campanhas de esclarecimento envolvendo sociedades médicas e imprensa devem ser realizadas para minimizar o problema.”
Mais informações sobre a Campanha: www.diamundialdasepse.com.br
Fonte: MaxpressNet