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Febre amarela: Informações importantes aos Ginecologistas e Obstetras

SOGESP informa especialistas a como proceder com as pacientes

Conceito: Doença causada por um arbovírus  do gênero Flavivirus  que é transmitida por um mosquito

Forma silvestre: É endêmica no Brasil, pois o vírus é mantido na natureza por transmissão entre primatas não humanos (PNH) pelos  mosquitos  principalmente dos gêneros Haemagogus e Sabethes (no Brasil)

Forma urbana: Uma pessoa picada por mosquito em zona de mata, com febre amarela silvestre pode iniciar surto da FA urbana, que será transmitida principalmente pelo Aedes aegypti

Epizootia: quando com  condições ideais para transmissão da FA silvestre, um número maior de PNH adoece e morre, representando  um  evento sentinela do recrudescimento da doença

No momento: Existem casos de FA silvestre no estado de São Paulo, sendo consideradas áreas de risco para a transmissão da doença:  Zona Norte e Sul da cidade de SP ( Bairro Marsilac, Jd Ângela e Parelheiros) e Zona Oeste  (Bairro Raposo Tavares) e Mairiporã

Proteção contra a Febre Amarela
Repelentes: Uma das formas importantes de evitar as arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes, entre elas, a Febre Amarela é o hábito do uso de repelentes, com  preferência pela Icaridina, nas áreas expostas do corpo. Hábito esse que deve ser praticado principalmente nos meses de verão e em todas as áreas consideradas ou não de risco

Vacina: É a medida mais importante e eficaz para prevenção e controle da doença. A vacina consiste de vírus vivos atenuados cultivados em embrião de galinha. É bastante  eficaz, com imunogenicidade de 90% a 98% de proteção contra a doença. Os anticorpos aparecem entre o sétimo e o décimo dia após a aplicação da vacina, mantendo a proteção para toda a vida

Esquema vacinal: Consiste em uma dose única a partir dos 9 meses de vida
Doença vacinal: Como a vacina tem vírus vivo atenuado com a replicação viral no organismo podem aparecer manifestações locais e sistêmicas, com gravidade variável de leves a graves, inclusive provocando óbito

  • Manifestações locais: Dor, eritema e enduração por 1 a 2 dias
  • Manifestações sistêmicas: Febre, mialgia e cefaleia leves, duração de 1 a 3 dias
  • Hepatite, Insuficiência renal, Hemorragias
  • Hipotensão, choque, manifestações respiratórias e cutâneas.
  • Obs: A doença vacinal não parece ser mais grave numa gestante
Em razão dos riscos x benefícios:
Gestantes não devem receber a vacina, na rotina:  em razão da possibilidade de replicação viral e passagem por via transplacentária ao feto, que pode  vir a apresentar a doença.

Gestantes que moram em áreas com confirmação de circulação viral (epizootias, casos humanos) devem ser vacinadas, com a dose padrão.

Gestantes que vão viajar para áreas de risco: devem ser desaconselhadas a viajar. Caso seja viagem não passível de cancelamento, a gestante deve ser vacinada, com a dose padrão.

Em situação de vacina aplicada em mulher que não tinha conhecimento da gravidez: existem relatos de vacinação indevida, sem que tenha havido teratogênese  ou comprovada doença fetal.

Mulheres amamentando crianças (principalmente crianças com menos de 6 meses ): Não devem ser vacinadas rotineiramente

Mulheres amamentando que moram em região de risco ou vão viajar para áreas de risco: Devem ser vacinadas. Será necessária a suspensão do aleitamento materno por dez dias após a vacinação. É importante orientação para  manter a produção do leite materno e garantir o retorno à lactação

Gestantes ou Lactantes com doenças auto-imunes, em uso de quimioterápicos ou imunossupressoras Não podem tomar a vacina. Se mora em área de risco, há necessidade de conversar com seu médico para avaliar a vida média do medicamento e a possibilidade de suspende-lo para prazo prévio à vacinação

Quando suspeitar que uma mulher esteja com febre amarela ?
Suspeitar da doença em mulheres que vivem em áreas de risco ou viajaram recentemente para áreas de risco nos últimos 15 dias, pois o período de incubação (tempo entre a infecção pela picada do mosquito e o aparecimento de quadro clínico) médio varia entre 3 e 6 dias, podendo ser de até 10 a 15  dias.  E que apresentem até sete dias de quadro febril acompanhado de dois ou mais dos seguintes sinais e sintomas: cefaleia (principalmente de localização supraorbital), mialgia, lombalgia, mal-estar, calafrios, náuseas, icterícia e/ou manifestações hemorrágicas

O quadro clínico da FA pode variar desde infecções oligosintomáticas até  quadros graves e fatais. Os quadros assintomáticos ocorrem em aproximadamente metade dos casos

Formas leves: febre, cefaleia retro-orbitária, dores musculares, calafrios, náusea, tonturas. Duram 2 a 4 dias. Ocorrem em cerca de 20% a 30% dos casos
Formas moderadas: além dos sintomas da forma leve há icterícia, sangramentos como epistaxe ou gengivorragia
Formas graves: dor abdominal, sangramentos mais intensos, disfunção renal com oligúria, alterações neurológicas com letargia, confusão ou agitação mental, comprometimento hemodinâmico, choque e óbito.  Acometem entre 15% a 60% das pessoas com sintomas que são notificadas durante epidemias, com evolução para óbito entre 20% e 50% dos casos.
Doença bifásica: Os casos de evolução maligna podem começar como forma leve, apresentar período de remissão dos sintomas de 6 a 48 horas entre o 3º e 5º dias de doença, seguido de agravamento da icterícia, insuficiência renal e fenômenos hemorrágicos
Obs: Os relatos mostram que a FA apresenta quadros e proporção de casos graves semelhante em gestantes e não gestantes.

Conduta na suspeita de febre amarela: Medicar com sintomáticos os casos leves e considerar internação hospitalar nos com média ou grave intensidade. Solicitar exames inespecíficos para avaliar sistemas comprometidos e estabelecer conduta. Solicitar exames específicos para diagnóstico de certeza diferenciando de outras patologias infecciosas. Notificar os casos.

Referências:
Ministerio da Saúde. SAS:Febre Amarela . Guia para profissionais da saúde. 1ª edição. Brasília, 2018. http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/febre-amarela.
Febre Amarela – informativo para profissionais de saúde.Sociedade Brasileira de Infectologia. Associação médica Brasileira. https://amb.org.br/wp-content/uploads/2017/02/FA_-_Profissionais_13fev.pdf

Sobre Priscila Torres

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O diagnóstico de uma doença crônica, em 2006, me tornou, blogueira e ativista digital da saúde. Sou idealizadora do Grupo EncontrAR e Blogueiros da Saúde. Vice-Presidente do Grupar-RP, presidente do EncontrAR. Apaixonada por transformação social, graduanda em Comunicação Social "Jornalismo" na Faculdades Unidas Metropolitanas.

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