” O sono é fundamental para a vida, em especial para guardar memória e hoje não é muito valorizado. A média ideal são 7 ou 8 horas de sono por dia. Caso contrário, há aumento de mortalidade, riscos cardiovasculares e diminuição do efeito de vacinas. A média do brasileiro é muito baixa. O profissional que dorme mal trabalha mal, e há uma queda de produtividade”, defende Fernando Morgadinho, neurologista e especialista do sono e professor de Neurologia da UNIFESP. O médico foi o expositor do Seminário LIDE Saúde, promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, ocorreu na noite de quarta-feira (19) de outubro, no Auditório da Gocil, em São Paulo. O debate foi mediado por Gustavo Ene, CEO do LIDE.
De acordo com o neurologista, a qualidade do sono está relacionada com a raiz do funcionamento orgânico e tem relação direta com o aprendizado e à capacidade intelectual. “A maioria dos adultos acumula de 5 a 7,5 horas de débito de sono ao longo de uma semana regular de trabalho. A restrição de sono é aditiva, que pode afetar o julgamento e o desempenho mental. A piora no desempenho se acumula com restrição crônica de sono”, afirmou o médico.
Segundo o neurologista, a falta de sono pode gerar uma série de alterações no organismo, porque o sistema imunológico precisa de descanso para responder às ameaças com eficiência. “Dormir pouco pode causar aumento de peso e estresse e ainda elevar o risco de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade e hipertensão e outras doenças”, afirmou.
O médico comparou a privação do sono com os efeitos do álcool, pois ambos afetam o desempenho mental e físico da pessoa. “19 horas sem dormir, para um homem de 90 kg, corresponde a 6 copos de cerveja ou 3 copos de vinho; já 24 horas sem dormir gera efeitos equivalentes a 12 copos de cerveja ou 6 copos de vinho”, disse.