Um remédio que melhora a glicose, combate o estresse, diminui o risco de doença cardiovascular, faz a pessoa emagrecer e reduz a probabilidade de ter 16 tipos de câncer, como de cólon e de pulmão, entre tantos outros benefícios. Assim foi definido o exercício físico pelos médicos que participaram da edição do “Encontros O GLOBO Saúde e Bem-estar” da última quarta-feira, na Casa do Saber do Shopping Leblon.
A plateia, lotada, usou a segunda metade do evento para fazer perguntas aos palestrantes convidados, o ortopedista João Grangeiro Neto e o cardiologista Fabrício Braga. Ambos destacaram que a atividade física é capaz de evitar e tratar mais doenças do que qualquer medicamento comprado em farmácias.
Até mesmo doenças neurológicas que ainda não entendemos completamente, como o Alzheimer, podem ser retardadas ou evitadas com exercícios físicos — ressaltou Braga. — Segundo estudos, eles conseguem reduzir em 45% a ocorrência de Alzheimer, em 30% o risco de ter diabetes e em 51% o risco de ter fraturas, porque a atividade física melhora a saúde dos ossos e o equilíbrio, evitando as quedas.
O cardiologista enfatizou que, embora a carga genética das pessoas seja um fator que exerce influência sobre a saúde, o aspecto realmente decisivo é a carga de exercícios.
— Foi realizado um estudo na Finlândia com três mil pares de gêmeos, portanto com os mesmos genes, só que em todos os casos apenas um deles praticava exercícios. E esse grupo teve 66% menos incidência de doenças cardíacas, em comparação com os irmãos sedentários. Isso deixou claro que o que define a saúde de alguém é a condição aeróbica dessa pessoa — concluiu.
Já o ortopedista João Grangeiro Neto disse que, com a idade avançada, é comum que uma fratura ou um osso quebrado vire um “encurtador” de vida.
— À medida que envelhecemos, perdemos massa muscular. Isso já é natural. Então precisamos do exercício físico como aliado para que nosso corpo se mantenha firme por mais tempo.
Sob coordenação do cardiologista Cláudio Domênico, o evento teve apresentação e mediação da jornalista do GLOBO Josy Fischberg.