Distúrbios neurológicos estão entre as consequências da prematuridade e serão discutidos em seminário realizado pela Casa da Criança Paralítica de Campinas
Principal causa de mortalidade infantil no mundo inteiro, a prematuridade – seus riscos e desafios no século XXI – é tema do seminário que a Casa da Criança Paralítica (CCP) realizará no dia 13 de novembro, no The Royal Palm Plaza, em Campinas. O evento – voltado a profissionais e estudantes das áreas de reabilitação, como fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, pedagogia, psicologia, serviço social, nutrição, medicina e enfermagem – integra o Programa de Disseminação de Conhecimento da CCP, instituição referência no tratamento para reabilitação física infantil.
Crianças que nascem com tempo gestacional inferior a 37 semanas são consideradas prematuras. A prematuridade ocorre com mais frequência em filhos de adolescentes com menos de 17 anos de idade e de gestantes com mais de 35 anos, assim como de mulheres com gestações muito próximas e com abortamento prévio. O Brasil ocupa o 10º lugar na classificação mundial de número de casos de prematuridade. Do total de partos realizados, 12,4% são de prematuros – o dobro da incidência de prematuridade na Dinamarca, de 5,7%, por exemplo.
Os fatores de risco englobam o consumo de álcool, drogas, estresse, infecções urinárias e obesidade. É importante ainda que a gestante não se auto medique, em razão da possibilidade de má formação nas crianças. Além de evitar os fatores de risco, a gestante deve se exercitar regularmente, sempre com acompanhamento do médico obstetra.
Com o sistema respiratório ainda não desenvolvido, a criança pode ficar um período com falta de oxigenação do cérebro e desenvolver patologias do sistema nervoso central, explica Reginaldo Cesar de Campos, médico fisiatra e diretor técnico da CCP. As hemorragias são as patologias mais frequentes e podem atingir a parte cortical ou ocorrer dentro de ventrículos do cérebro, provocando distúrbios neurológicos. “Com isso, o desenvolvimento motor fica afetado e a criança não consegue segurar o pescoço, o tronco e ficar em pé. Além disso, ela não está madura para sugar ou deglutir, o que interfere gravemente em seu ganho de peso”, explica o médico. A sequela mais comumente acometida na prematuridade é a paralisia cerebral, uma desordem do desenvolvimento encefálico, levando a um comprometimento motor e/ou cognitivo.
Para evitar a prematuridade é fundamental o acompanhamento da gestação com o médico. Caso haja possibilidade – ou indicação – de um parto de prematuro, o médico recomendará à gestante um hospital com apoio de UTI neonatal. “É paradoxal que o aumento na incidência de cesáreas tenha relação direta com o número de prematuros nascidos vivos. Isso ocorre porque muitas das cesárias são realizadas antes do bebê estar a termo – ou antes da 37ª semana, por exemplo, por um erro de diagnóstico sobre a idade gestacional”, afirma o médico.
Tratamento na Casa da Criança Paralítica
Segundo o diretor técnico da CCP, no período pós-parto a preocupação do médico é reduzir a angústia respiratória da criança, permitir a oxigenação e alimentação adequadas, além do acompanhamento de equipe em UTI neonatal. Passada a fase mais crítica, é importante acompanhamento da criança em um grupo especializado em prematuras. “Em Campinas, há o projeto Fênix (Hospital Municipal Dr. Mário Gatti), centro de referência em desenvolvimento infantil, com equipe multiprofissional, que encaminha pacientes para tratamento de patologias em instituições de referência, como a CCP”, diz Reginaldo Cesar de Campos.
Crianças em tratamento na CCP, em geral, apresentam atraso no desenvolvimento motor típico. Muitas delas apresentam sequelas neurológicas, sendo que, na maior parte das vezes, registram quadros de paralisia cerebral. Entre as terapias oferecidas, a CCP conta com profissionais que atendem às necessidades específicas de cada criança.
“A criança precisará de auxílio de fonoaudiólogos, já que possui dificuldade para alimentação (especialmente sucção e deglutição) na fase inicial e, posteriormente, dificuldades para aquisição da linguagem (oral e não oral); de fisioterapeutas para diminuir os déficits motores e promover a estimulação precoce; de neurologista para tratar de síndromes convulsivas e ortopedista para correções cirúrgicas, além de muitas outras áreas como terapia ocupacional, pedagogia, psicologia, enfermagem e assistente social”, destaca o médico.
Prematuridade em discussão por diferentes especialistas
A programação do seminário “Prematuridade – Riscos e Desafios do século XXI” contará com a pediatra neonatal Mônica Barthelson, com o tema “as perspectivas atuais da prematuridade”; a neurologista Maria Isabel Morais, que falará sobre as principais consequências neurológicas da prematuridade; a psicopedagoga Lindsey Carvalho Vieira, que irá discutir a contribuição da pedagogia na estimulação da criança prematura; a fisioterapeuta Dafne Herrero, com o tema “o que os movimentos dos bebês nos revelam” e as fonoaudiólogas Denise Madureira e Roseane Rebelo, que irão abordar a alimentação durante a hospitalização e no pós-alta.
Serviço:
Seminário “Prematuridade – Riscos e Desafios do século XXI”
Data/horário: dia 13 de novembro (quarta-feira), das 8 às 18 horas
Local: Royal Palm Plaza Resort – Salão Campinas (Acesso B) – Av. Royal Palm Plaza, nº227 – Jardim Nova Califórnia, Campinas – SP.
Inscrições: http://ccp.org.br/
Patrocínio: Fundação FEAC e Unimed Campinas
Realização: Casa da Criança Paralítica de Campinas
Fonte: Assessoria de imprensa.