Dia 30 de Agosto é uma data especial, o Dia Alusivo de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, momento de reflexão sobre aquilo que o Ministério da Saúde, Previdência Social e Assistência Social do Brasil tem feito em prol dos 29.000 mil brasileiros que convivem com Esclerose Múltipla.
O tratamento e diagnóstico da Esclerose Múltipla, é orientado pelo PCDT “Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde”, recentemente (atualizado em Dezembro/2013 – Portaria SAS/MS nº 1.323, de 25 de Novembro de 2013), que orienta o diagnóstico, tratamento clínico e multidisciplinar da Esclerose Múltipla, trazendo uma lista de medicamentos que devem ser fornecidos pelo SUS em todo o território nacional, esses medicamentos são Imunossupressores, Imunomoduladores e Anticorpo Monoclonal. No entanto, este protocolo foi recentemente atualizado de uma forma incompleta, não contemplando todas as necessidades da pessoa com Esclerose Múltipla, não oferecendo todas as tecnologias médicas disponíveis e necessárias, além de ainda orientar o tratamento inicial com medicamentos simples, deixando os medicamentos modernos como segunda linha.
Medicamentos fornecidos no SUS, são na maioria medicamentos injetáveis Imunossupressores, Imunomoduladores e Anticorpo Monoclonal |
Uma quantidade expressiva de medicamentos prescritos para o tratamento e amenização dos severos sintomas da esclerose múltipla, também não são fornecidos, a exemplo disso, temos o medicamento Baclofleno, que custa em média R$ 16,75 a caixa com 20 comprimidos, valor aproximado de um medicamento para controle da pressão arterial, este medicamento não é fornecido pelo SUS e impacta o orçamento dessas famílias que compram sempre mais de uma caixa.
Para que o acesso ao tratamento medicamentoso da esclerose múltipla seja completo, é necessário uma efetiva atualização do protocolo de tratamento no SUS. Conheça no quadro abaixo, os medicamentos que hoje são fornecidos no SUS, os mais usados que não são fornecidos e aqueles que já estão no Brasil, mas o SUS não fornece.
Lista de Medicamentos Disponíveis hoje no SUS para Esclerose Múltipla
PCDT – Portaria nº 1.323 de 25 de Novembro de 2013
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Medicamento
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Via de Administração
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Glatirâmer (nome comercial Copaxone®) | Injetável – seringas preenchidas de 20 mg |
Betainterferonas (nome comercial Avonex® ou Rebif 22® – Rebif 44® e Betaferon®) | Injetável – seringas preenchidas de 22 mcg, 30 mcg, 44 mcg e 300 mcg. |
Azatioprina | Comprimidos |
Metilprednisolona (nome comercial Solumedrol®) | Injetável (pulsoterapia) |
Natalizumabe (nome comercial Tysabre®) | Injetável – administrado por infusão endovenosa (centro de infusão) |
Lista de Medicamentos não disponíveis no SUS
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Medicamento
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Via de Administração
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Fingolimode (nome comercial Gilenya®) | Comprimido – via oral |
Fampridina (nome comercial Fampyra) | Comprimido- via oral |
Baclofeno (nome comercial Lioresal) | Comprimido – via oral |
Teriflunomida (nome comercial Aubagio®) | Comprimido – via oral |
Dimetil Fumarato (nome comercial Tecfidera) | Comprimido – via oral |
Alemtuzumabe (nome comercial Lemtrada) | Injetável – administrado por infusão endovenosa (centro de infusão) |
Brasil já tem Medicamentos em Comprimidos para o tratamento da Esclerose Múltipla |
Hoje o médico neurologista deve seguir uma recomendação deste PCDT para poder prescrever o medicamento, não tendo autonomia de prescrever o medicamento mais moderno, antes de prescrever o mais antigo. Compreendemos que a decisão de qual medicamento usar e o momento adequado, cabe ao médico assistente determinar e não apenas uma diretriz do Ministério da Saúde, recentes estudos comprovam que 50% das pessoas com Esclerose Múltipla, teriam sua qualidade de vida preservada e não se afastariam das suas atividades sociais, se tivessem acesso aos medicamentos modernos a partir do diagnóstico.
O tratamento da Esclerose Múltipla vai muito além da necessidade de medicamentos, e necessário uma ampla assistência multidisciplinar, com foco na reabilitação social e profissional. A questão laborativa também é impactante, muitas pessoas perdem as condições para o trabalho e enfrentam avaliações periciais nas agências do INSS, realizadas por peritos médicos que desconhecem a complexidade da doença, prejudicando o doente na concessão do auxílio doença.
A sociedade vem se unindo em prol das necessidades da pessoa com Esclerose Múltipla no Brasil, a exemplo disso, a FFEBRAPEM – Federação Brasileira de Associações Civis de Portadores de Esclerose Múltipla, a ABEM – Associação Brasileira de Esclerose Múltipla e o AME – Amigos Múltiplos pela Esclerose Múltipla, GATEM – Grupo de Esclerose Múltipla do Alto Tietê”, estão mobilizando as redes sociais, solicitando ao Ministério da Saúde a atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes de tratamento da Esclerose Múltipla no Ministério da Saúde, através de abaixo assinado online.
Petição para Revisão do Protocolo de Tratamento da Esclerose Múltipla.
https://secure.avaaz.org/po/petition/Inclusao_de_novos_medicamentos_em_especial_os_de_administracao_por_via_oral_para_tratamento_da_Esclerose_Multipla
Conheça algumas organizações de apoio ao paciente com esclerose múltipla
Febrapem – Federação Bras. Associações Civis de Portadores de Esclerose Múltipla www.febrapem.org.br
Associação Brasileira de Esclerose Múltipla
www.abem.org.br
Gatem Grupo Alto Tiete de Esclerose Múltipla
www.gatem.org.br
Agapem – Associação Gaucha de Portadores de Esclerose Múltipla
www.agapem.org.br/portal
AME – Amigos Múltiplos Pela Esclerose
www.amigosmultiplos.org.br
MOPEM – Movimento dos Portadores de Esclerose Múltipla
movimento.mopem@gmail.com