O Dia Mundial de Combate à Asma ajuda a conscientizar a população sobre importância do diagnóstico precoce e do tratamento contínuo.
Durante a década de 1950, quando ainda não existiam medicamentos eficazes contra a asma, a doença era considerada uma das sete principais doenças psicossomáticas, cuja causa seria psicológica, sendo assim tratada por meio de terapias e psicanálise. Apenas na década seguinte, em 1960, a doença foi reconhecida como inflamatória e até os anos 80, ela surgiu como uma epidemia e razão de muitas mortes.
Os avanços até hoje foram enormes e o Dia Mundial de Combate à Asma é uma data para conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce, do tratamento contínuo e cuidados para garantir qualidade de vida aos pacientes.
A maior parte dos brasileiros conhece alguém que tem a doença ou já ouviu falar nela. É uma doença inflamatória comum, na maioria dos casos de causa alérgica, que leva à falta de ar e chiado no peito e que atinge cerca de 10% da população brasileira. Quando não é tratada corretamente, pode provocar sérios impactos sobre a vida do paciente, tais como limitação para atividades físicas e esportivas, prejudica atividades simples do dia a dia como tomar banho e passear no parque e perda da qualidade do sono. Como todas as doenças crônicas, a asma acompanha o paciente durante toda a vida, podendo se expressar e ter impactos diferentes em cada faixa etária.
Por ser uma doença genética, a asma acompanha a rotina de várias gerações familiares. Entretanto, o que era motivo de preocupação para as crianças das décadas de 1970 e 1980, como prática de esporte e crises constantes, não aflige tanto os pais de hoje em dia por conta da evolução do tratamento para asma, mais moderna e prática.
“Quando a asma é tratada adequadamente, é possível ter uma vida sem restrições físicas, já que os sintomas geralmente são controlados. A criança pode se desenvolver normalmente e geralmente consegue brincar e praticar qualquer esporte, como todos seus amigos“, explica o pneumologista, Dr. José Roberto Megda Filho.
De acordo com a Iniciativa Global para Asma (GINA), a asma não está controlada se nas últimas quatro semanas o paciente tiver: sintomas diurnos mais de duas vezes por semana, despertares noturnos devido à asma, uso de medicamento de resgate mais de duas vezes por semana ou qualquer limitação de atividade devido à doença.
Atualmente, o pilar do tratamento da asma é o corticoide inalatório, hormônios que possuem ação anti-inflamatória. Os broncodilatadores são muito importantes para o alívio dos sintomas. Podem ser usados de maneira intermitente ou diariamente, dependendo de cada caso. “Existem dois tipos de broncodilatadores: beta adrenérgicos e anticolinérgicos. O tiotrópio é o único anticolinérgico aprovado e indicado para uso diário e tratamento contínuo da asma moderada a grave em adultos e crianças a partir de seis anos. Ele melhora a função pulmonar e pode reduzir em 21% o risco de exacerbações da asma.
O tratamento da doença tem o objetivo de prevenção e controle, não apenas nos momentos de crises”, finaliza o Dr. Megda.
O Dr. Megda conta que os avanços nos tratamentos foram muito positivos, mas uma coisa não mudou de geração em geração: a importância do diagnóstico precoce. “É muito importante que os pais e professores das crianças estejam atentos aos sintomas, queixas e comportamento deles durante todo o dia”, comenta.
Além disso, familiares e professores devem ficar atentos aos elementos como: ácaros e fungos, pólen, fumaça de cigarro, produtos químicos e poluição. “Esses cuidados geram mudanças de hábitos na família e na escola, mas são fundamentais para o bom convívio da criança com a doença.
O diagnóstico precoce e tratamento adequado são os pontos mais importantes para a redução dos sintomas da asma moderada ou grave e dos impactos significativos no desenvolvimento social e educacional das crianças”, finaliza.
Fonte: Eldeman – Informações de imprensa