Medicamento é o primeiro tratamento adjuvante aprovado no Brasil para pacientes com carcinoma renal de células claras.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a ampliação das indicações do Sutent (maleato de sunitinibe) para pacientes com carcinoma renal de células claras, o tipo mais comum de câncer originado no rim.
Tratamento padrão para casos avançados, o medicamento agora passa a ser o aprovado no Brasil para o grupo de alto risco de recidiva (retorno do câncer) após nefrectomia.
A aprovação foi baseada no estudo clínico randomizado de fase III S-TRAC, do qual participaram 615 pacientes com alto risco de recorrência do após a cirurgia. Os autores demonstraram que, após 5 anos, 59,3% dos pacientes tratados com o maleato de sunitinibe não tiveram recorrência do câncer de rim ou morreram, enquanto que a taxa com placebo foi de 51,3%.
Com isso, o sunitinibe passa a ser a primeira terapia adjuvante aprovada para pacientes com carcinoma de célula renal. “Os pacientes não tinham uma opção terapêutica capaz de reduzir o risco de recorrência do câncer. Essa nova indicação reforça o nosso compromisso em trazer grandes avanços que mudam a vida dos pacientes”, afirma a diretora médica da Pfizer, Márjori Dulcine.
O sunitinibe tem o potencial de inibir o crescimento e diminuir o tamanho do tumor, assim como de frear a progressão da metástase por interferir na angiogênese tumoral, que é a formação de novos vasos sanguíneos ao redor do tumor.
Além das indicações para câncer renal, o medicamento é aprovado também para casos de tumor estroma gastrintestinal (GIST, na sigla em inglês) e tumores neuroendócrinos pancreáticos.
Os tumores renais
Existem diferentes tipos de câncer que acometem os rins. O mais comum é o carcinoma renal de células claras, que representa de 70% a 90% dos casos. É um tumor que raramente afeta os dois rins simultaneamente. Os demais tipos são os carcinomas papilares e cromófogos e os tumores de ductos coletores e os sarcomatóides. Considerando todos os tipos, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados cerca de 6 mil novos casos por ano no Brasil.
No mundo, segundo o levantamento Globocan 2018, da Organização Mundial da Saúde (OMS), tem havido um crescimento da incidência nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Foram registrados 403 mil novos casos de câncer renal em 2018, sendo duas vezes mais comum nos homens.
Os principais fatores de risco associados com câncer de rim são doenças e hábitos comuns na população ocidental, como obesidade, diabetes, tabagismo, índice de massa corpórea (IMC) elevado e uso crônico de medicações para controle de hipertensão.
Os sintomas são inespecíficos, podendo ser confundidos com os associados a outras doenças. Os principais são sangue na urina, dor lombar em uma das laterais, massa (caroço) na lateral ou na parte inferior das costas, fadiga, perda de apetite, perda de peso, febre e anemia.
Referencias:
1- George DJ, Martini JF, Staehler M, Motzer RJ, Magheli A, Donskov F, Escudier
B, Li S, Casey M, Valota O, Laguerre B, Pantuck AJ, Pandha HS, Patel A, Lechuga
M, Ravaud A. Phase III Trial of Adjuvant Sunitinib in Patients with High-Risk
Renal Cell Carcinoma: Exploratory Pharmacogenomic Analysis. Clin Cancer Res. 2019
Feb 15;25(4):1165-1173.
2- http://www.hcancerbarretos.
3- http://www2.inca.gov.br/wps/
4-World Health Organization. Global Health Observatory. Geneva: World Health Organization; 2018.
5- http://www.larcg.org/renal-
Fonte: Assessoria de Imprensa