Em janeiro deste ano, ex-jogador e senador Romário (Podemos-RJ) apareceu com a silhueta mais fina e despertou a atenção de muita gente. Ele perdeu cerca de 10 kg após pouco mais de 45 dias, e a magreza se manteve por todo este ano.
O emagrecimento se deu por uma cirurgia com objetivo de minimizar os efeitos do diabetes — doença crônica que afeta a forma como o corpo processa o açúcar. Meses depois da polêmica, o procedimento continua experimental.
A operação pela qual passou o ex-jogador recebe o nome de interposição ileal e se caracteriza pela colocação do íleo (fim do intestino delgado) entre o duodeno e o jejuno. O procedimento estimula a produção de insulina pelo pâncreas e acaba por diminuir o diabetes.
O tratamento adotado por Romário foi alvo de controvérsias por seu caráter ainda experimental no Brasil.
Segundo resolução publicada pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), a interposição ileal como tratamento para o diabetes só pode ser realizada seguindo critérios de pesquisa, explicou na época ao R7 o endocrinologista Márcio Mancini, membro da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia).
De acordo com o médico, “qualquer cirurgia bariátrica ou metabólica, que mexa no estômago e no intestino, produz efeitos sistêmicos de perda de peso e melhora do diabetes”.
— Porém, o número de estudos a longo prazo com pacientes de IMC (Índice de Massa Corpórea) menor que 35 que tenham realizado a cirurgia bariátrica é insuficiente para demonstrar a eficácia e segurança da operação.
Romário não teria o peso indicado para a realização do procedimento, segundo disse o especialista. Procurado, o ex-jogador não quis comentar o caso com a reportagem.