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A Unidade de Terapia Intensiva e a formação do enfermeiro especialista

Há vários anos no cenário dos graduados em Enfermagem tornou-se imperativo o ingresso em cursos de especialização, especialmente para os recém-formados, tendo em vista um mercado de trabalho cada vez mais competitivo. As empresas, de maneira geral, exigem experiência mínima na área.

Além disso, o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem reza que o profissional de enfermagem tem o direito de “aprimorar seus conhecimentos técnico-científicos, ético-políticos, socioeducativos, históricos e culturais que dão sustentação à prática profissional” (CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM, 2017).

Nesse sentido, as possibilidades de atuação do enfermeiro são inúmeras, mas em todas as especialidades cabe a esse profissional desenvolver o conhecimento técnico-científico, as habilidades técnicas, o relacionamento interpessoal e a capacidade de gerir pessoas, além das capacidades de liderança, tomada de decisão rápida e proatividade.

Obviamente tais competências dependem não só da formação ou bagagem, mas do perfil profissional. Correio et al (2015)* reforça que as “competências geram resultados e estão intimamente ligadas ao perfil profissional”. Portanto, cabe a cada enfermeiro construir o seu perfil profissional de acordo com o que pretende desenvolver na carreira.

Dentre as possibilidades de atuação está o enfermeiro de cuidados intensivos, sendo a área de abrangência em Terapia Intensiva uma especialidade reconhecida pelo Conselho Federal de Enfermagem, 2018.

Trata-se de uma “área crítica destinada à internação de pacientes graves, que requer atenção profissional especializada de forma contínua, materiais específicos e tecnologias necessárias ao diagnóstico, monitorização e terapia” (BRASIL, 2010).

Portanto, seja em instituição pública ou privada, as competências para o enfermeiro atuar em uma área específica, como a terapia intensiva, se diferem das demais, pois demanda conhecimento bem específico. A vantagem dessa especialidade é que ela explora o agravamento do cliente acometido por diversas patologias, incluindo situações emergenciais.

Para o Conselho Federal de Enfermagem (2016), a situação do paciente de terapia intensiva é “grave e recuperável, com risco iminente de morte, sujeito à instabilidade das funções vitais, requerendo assistência de enfermagem e médica especializada”. A princípio, o enfermeiro que é capaz de cuidar de um indivíduo grave é capaz de cuidar do mesmo indivíduo em situações menos complexas, onde o contrário já não é verdadeiro.

Ainda de acordo com o Correio et al (2015) “os enfermeiros de UTI demonstram uma valorização do conhecimento técnico seguido do científico e da liderança […], buscam atuar nesse setor pela alta complexidade tecnológica juntamente com a arte do cuidar intensivo”.

Neste contexto, o curso de Especialização em Enfermagem em Terapia Intensiva engloba as inúmeras alterações orgânicas com vistas ao seu agravamento, as intervenções terapêuticas possíveis e em especial, a atuação do enfermeiro e equipe de enfermagem, sempre considerando o trabalho junto à equipe multidisciplinar e a diversidade tecnológica, outra característica da especialidade.

Visando aprimorar o conhecimento técnico-científico e habilidades de enfermeiros recém-formados ou não, a grade curricular deve ser proposta considerando os elementos imprescindíveis para a atuação do enfermeiro em terapia intensiva.

Além disso, a Resolução 07 de 2010 reforça que a relação enfermeiro/paciente para os enfermeiros assistenciais deve ser de um enfermeiro para cada 8 leitos ou fração, em cada turno; e os coordenadores de enfermagem devem ser especialistas em terapia intensiva. (BRASIL, 2010).

Assim sendo, além da especificidade proposta pelo curso, propicia a oportunidade de atuar não só em unidades de terapia intensiva, mas em outras unidades do tipo semi-intensiva (ou intermediária) e outras onde a característica do paciente pode ser considerada de menor complexidade.

*A expressão em latim “et al” significa “e outros”, mencionada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)

Maria Cláudia, coordenadora do curso de especialização Enfermagem em Terapia Intensiva da Faculdade Santa Marcelina.

Fonte: XCom Agência de Comunicação da Faculdade Santa Marcelina

Sobre Priscila Torres

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O diagnóstico de uma doença crônica, em 2006, me tornou, blogueira e ativista digital da saúde. Sou idealizadora do Grupo EncontrAR e Blogueiros da Saúde. Vice-Presidente do Grupar-RP, presidente do EncontrAR. Apaixonada por transformação social, graduanda em Comunicação Social "Jornalismo" na Faculdades Unidas Metropolitanas.

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