Na composição química de uma planta, a distribuição entre os elementos químicos é desproporcional: água, carbono, oxigênio e hidrogênio são responsáveis por 99% do total, enquanto os nutrientes minerais respondem por algo em torno de 1% no material verde ou cerca de 5% na matéria seca. Contudo, isso não significa que eles sejam menos importantes na natureza, ao contrário, sem a contribuição dos nutrientes simplesmente não existiria vida no mundo vegetal.
Os nutrientes são a base da cadeia alimentar. “São os nutrientes, que regulam o metabolismo da planta, que formam a base da produção vegetal para alimentar diretamente o homem ou o gado e, consequentemente, alimentar indiretamente o homem com proteína animal”, afirma Dr. Hélio Grassi Filho, Professor Titular do Departamento de Nutrição Mineral de Plantas e Recursos Ambientais da Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), em Botucatu, SP.
Existem dois grupos principais de nutrientes: os macronutrientes (nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre), que as plantas exigem em grandes quantidades, e os micronutrientes (boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, níquel e zinco) que, embora exigidos em menores quantidades, são tão relevantes quanto os demais. Outros elementos, como cobalto, selênio, silício e sódio, são considerados nutrientes benéficos.
Segundo Dr. Hélio Grassi Filho, os nutrientes são essenciais para que a planta atinja seu estágio de maturação e garanta a reprodução. Cada elemento mineral desempenha uma função específica no metabolismo da planta, assegurando sua qualidade estrutural e fisiológica.
A nutrição é o alicerce da produção agrícola. “É interessante ressaltar que o ato de nutrir a planta afeta diretamente a sua produtividade. A falta de um elemento pode resultar em queda brusca na produção. Com o adequado manejo dos nutrientes há manutenção e aumento da produtividade não apenas em termos quantitativos, mas também qualitativos, agregando valor ao produto no mercado”.
Tome-se como exemplo os alimentos funcionais, que proporcionam diversos benefícios à saúde do consumidor. A soja, que produz a isoflavona e a lecitina, importantes compostos funcionais com atividade estrogênica, principalmente para as mulheres na menopausa, depende dos macro e dos micronutrientes em quantidades suficientes e equilibradas no solo para realizar as diversas reações bioquímicas e fisiológicas que culminam no acúmulo desses compostos.
“A existência desses grupos de alimentos demonstra a importância da nutrição para as culturas. O que promove a sua funcionalidade é justamente a presença dos nutrientes dentro da planta”, conclui Dr. Hélio Grassi Filho.
Para manter o solo fértil e a alta produtividade de novos cultivos, os nutrientes precisam ser repostos. Os fertilizantes cumprem o papel de alimentar a planta, o que é essencial para o seu desenvolvimento. “Fertilizante é Vida e Paz, pois onde não há alimento, há guerra”, enfatiza David Roquetti Filho, diretor da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA).
A adubação é um importante elemento dos custos de produção. Assim, para promover retornos adequados sobre os investimentos, os fertilizantes devem ser aplicados corretamente, de modo a atingir alta eficiência. Exceder o fornecimento de nutrientes, além do que a planta realmente precisa, representa desperdício e prejuízo ao agricultor.
“Com o emprego da análise química do solo e da planta pode-se balancear os nutrientes em prol de uma excelente produtividade e gastos reduzidos, alcançando-se o sucesso”, completa Dr. Hélio Grassi Filho.
Cada nutriente requer um modo diferenciado de adubação. Geralmente, o fósforo é aplicado próximo à raiz, no plantio, já o nitrogênio e o potássio são aplicados em faixa ou em cobertura, na forma granulada ou em pó, ou misturados à água de irrigação. O cálcio e o magnésio são distribuídos em área total, para correção do solo por meio de calagem. Existem outras técnicas de adubação, como a utilização de material orgânico, de resíduos da indústria ou da compostagem de esgoto e de lixo urbano, que são incorporados ao solo. Assim, a fertilização fornecerá os nutrientes necessários para suprir as necessidades da planta ao longo do seu ciclo de vida.
“Todo ser vivo necessita de nutrientes para o seu desenvolvimento. Eles são incorporados ao seu metabolismo para manter o ciclo vital. Portanto, as plantas também precisam de nutrientes e é justamente nos fertilizantes que eles se encontram”, completa Dr. Luís Ignácio Prochnow, Diretor do Instituto Internacional de Nutrição de Plantas do Brasil (IPNI).
A iniciativa Nutrientes Para a Vida (NPV), segmento brasileiro do programa americanoNutrients for Life, foi criada com o intuito de esclarecer a sociedade sobre os benefícios do uso dos fertilizantes na qualidade e na segurança da produção de alimentos.
A NPV atua somente com informações embasadas cientificamente, de modo a explicar claramente o papel essencial dos diversos tipos de fertilizantes na segurança alimentar e nutricional, além de seu efeito multiplicador na produtividade de culturas, conforme explica Dr. Heitor Cantarella, diretor do Centro de Solos do Instituto Agronômico de Campinas e coordenador da iniciativa Nutrientes para a Vida.