São Paulo, 15 de janeiro de 2019 – Segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF), o Brasil é o quarto país com maior número de pessoas com diabetes no mundo. A doença, que é considerada uma epidemia global pela Organização Mundial de Saúde (OMS), atinge cerca de 425 milhões de pessoas no mundo, sendo 14 milhões no Brasil.
Enquanto perda de visão, insuficiência renal e amputação são as maiores preocupações, AVC e infarto são responsáveis por cerca de 80% dos óbitos desses pacientes.Mas até 2030, a estimativa é que 522 milhões de pessoas sejam afetadas mundialmente. Com números tão alarmantes, ressaltamos a importância dos cuidados com a saúde, para minimizar as consequências causadas pelo diabetes.
Entre os dois tipos – tipo 1, onde o corpo não consegue produzir insulina normalmente, e o tipo 2, causado principalmente pela resistência à insulina, 90% dos casos são do tipo 2, conhecido também como diabetes mellitus tipo 2 (DM2).
Dhiãnah Santini, endocrinologista do Hospital Procardíaco RJ, explica que “pacientes que possuem pressão alta, colesterol alto, sobrepeso ou obesidade, têm histórico familiar da doença ou foram diagnosticados com pré-diabetes, correm um risco maior de desenvolver a doença, e por isso, precisam de um cuidado redobrado no controle desses fatores”. Dhiãnah diz ainda que, “enquanto o paciente estiver na taxa correspondente ao pré-diabetes, é possível controlar a glicose no sangue e sair da zona de risco, com o devido tratamento e acompanhamento médico”.
Um dos grandes problemas no diagnóstico é o fato desse distúrbio metabólico ser, muitas vezes, assintomático. “Cerca de metade das pessoas portadoras do DM2 não estão cientes que possuem a doença, devido à falta de sintomas. Com isso, sem tratamento, o risco de evolução para doenças com elevada mortalidade, como as cardiovasculares, aumenta”, afirma Dhiãnah. Quando há sintomas, os mais comuns são urinar excessivamente, sede constante, vista embaçada, infecções frequentes, cansaço. Ao perceber um ou mais desses sinais é preciso procurar ajuda médica.
Algumas das consequências causadas pela doença incluem a insuficiência renal, perda dos membros inferiores e perda de visão. “Entre todas as complicações, as doenças cardiovasculares são as mais graves, sendo responsáveis por cerca de 80% dos óbitos em pacientes com DM2”, alerta Dhiãnah.
Apesar da alta taxa de mortalidade causada pelas doenças cardiovasculares, é possível diminuir as chances desses pacientes sofrerem um AVC ou infarto, por meio de medicamentos que além de controlarem a glicemia, protegem o coração, como é o caso da empagliflozina, que teve seu benefício cardiovascular demonstrado com o resultado do estudo EMPA-REG OUTCOMEâ, publicado em 2015 no The New England Journal of Medicine, o qual mostrou que o medicamento reduziu o risco de mortes cardiovasculares em até 38% em pacientes com DM2 e alto risco cardiovascular quando comparado com o placebo.
Referências
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