A obesidade pode diminuir significativamente a capacidade de uma mulher engravidar. No entanto, através de dieta e exercício físico, ou seja, de uma mudança de estilo de vida, é possível melhorar a fertilidade, aponta uma revisão da pesquisa já feita sobre este tema.
É preferível estes dois meios do que operações cirúrgicas ou medicamentos, refere o artigo publicado no Canadian Medical Association Journal. “É importante que as mulheres estejam cientes de que podem prejudicar a sua saúde reprodutiva se forem obesas e, por isso, devem considerar melhorar o seu estilo de vida”, recomenda Jean-Patrice Baillargeon, da Universidade de Sherbrooke, no Canadá, e um dos autores desta revisão, citado pela Reuters.
A infertilidade, definida como a incapacidade de engravidar após 12 meses de tentativas, afecta cerca de 15% dos casais no Canadá e 12% das mulheres nos EUA. Por cá, a Associação Portuguesa de Fertilidade refere no seu site que a prevalência da infertilidade conjugal é de 15 a 20% na população em idade reprodutiva. E um estudo epidemiológico realizado desenvolvido pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto refere que 9 a 10% dos casais portugueses sofre de infertilidade ao longo da vida.
“As evidências também mostram que, se uma mãe é obesa durante a gravidez, aumenta o risco de obesidade e diabetes relativamente aos filhos”, continua Baillargeon, que é também presidente da Sociedade Canadiana de Endocrinologia e Metabolismo.
Os investigadores reviram as pesquisas publicadas nos últimos dez anos sobre a relação entre obesidade, fertilidade, alterações de estilos de vida e outras opções de tratamento da obesidade. De seguida, concentraram-se na análise dos dados de 20 artigos, considerados mais relevantes, e novos trabalhos de investigação.
A pesquisa anterior mostra que o risco de infertilidade aumenta 27% em mulheres com excesso de peso e 78% em mulheres obesas. A obesidade prejudica a fertilidade através de distúrbios menstruais e de ovulação. No geral, a oportunidade de engravidar cai 4% com cada aumento de um ponto no Índice de Massa Corporal. A obesidade também diminui a eficácia dos tratamentos de fertilidade, revelam as investigações já levadas a cabo.
Quando conseguem engravidar, a obesidade pode afetar a gravidez pois está associada a maiores probabilidades de diabetes gestacional, depressão pós-parto e necessidade de fazer uma cesariana. Quanto aos bebés, também são mais propensos a nascer prematuros ou a ter problemas de saúde.
Fonte: https://www.publico.pt/2018/06/22/culto/noticia/mudar-o-estilo-de-vida-pode-ajudar-mulheres-obesas-a-melhorar-a-fertilidade-1835488