Com sintomas semelhantes aos de um simples resfriado, a bronquiolite, inflamação aguda das vias áreas inferiores, é uma preocupação para os pais de crianças pequenas. A pediatra do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Débora Tolaini, explica que o problema é comum ocorrer durante os dois primeiros anos de idade, mas principalmente, em bebês de até seis meses.
A predominância da doença nesta faixa etária tem uma explicação. Segundo a médica, está relacionada à questão da imunidade e do desenvolvimento do pulmão. “A bronquiolite acomete mais os bebês, pois neste período da vida as vias aéreas ainda são muito pequenas e estreitas, a imunidade ainda é imatura e o pulmão está em desenvolvimento”.
Causada pelo vírus Sincicial Respiratório, conhecido como VSR, a doença apresenta sintomas que lembram um resfriado, como espirros, coriza, obstrução nasal e febre. Débora lembra, porém, que em um período de dois a três dias, o problema evolui para um quadro de dificuldade de respiração, com o surgimento do chiado e cansaço.
“Quando a criança apresenta a dificuldade para respirar, ou seja, quando a respiração fica mais rápida e é possível perceber o tórax e a barriga “afundando”, é preciso ficar atento. Outro quadro que merece a atenção dos pais é quando o bebê está sem febre e ainda assim fica “caidinho”. O alerta também deve ser acionado quando há recusa aos alimentos e/ou as mamadas”, explica.
Apesar da preocupação, os hospitais devem ser evitados nesta época do ano. Segundo a pneumologista, o ambiente cheio de crianças com diferentes doenças, sobretudo respiratórias, não é a melhor opção. A alternativa, de acordo com a especialista, é levar ao pediatra e somente quando apresentar os sinais mais graves, optar pelo serviço de pronto-socorro.
Com a inexistência de uma vacina contra ao vírus causador da bronquiolite, a prevenção é feita por pequenas ações no dia a dia. “A principal medida para evitar a transmissão na população é a higienização das mãos. Mas é importante também evitar o contato com pessoas com infecções respiratórias e ir a lugares com aglomerações. Outro fator de risco, é a entrada precoce na creche”, finaliza.