Poucos talvez saibam, mas o trabalhador que se acidenta e carrega sequelas por conta da lesão que sofre é equiparado, para efeitos legais, às pessoas com deficiência, cujo Dia Mundial é comemorado hoje. Em Sorocaba, a Associação dos Trabalhadores Lesionados por Acidente ou Portadores de Doença Ocupacional nas Indústrias Metalúrgicas (ATL) atua há dois anos no atendimento da demanda gerada por esse contingente. Está, por outro lado e inclusive, na lei: “considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.”
Em outras palavras, o conceito se aplica a todos os que apresentem limitações para interagir da mesma maneira com o meio em que vivem. A restrição, neste caso, portanto, não envolve apenas as dificuldades de locomoção ou perda de funções vitais como enxergar, ouvir, andar, ou falar. Números divulgados pelo INSS apontam que na região são mantidos desde 2014 quase 1,5 mil benefícios de auxílio-doença a trabalhadores que também podem ser considerados pessoas com deficiência. Esse total, entretanto, tende a diminuir diante da revisão que o governo federal promove com o objetivo de cortar aqueles que recebem o recurso irregularmente.
O presidente da ATL, Sergio Candido Teixeira, destaca que a causa da entidade vai além da luta pela manutenção de direitos previstos na legislação e cita como mais um exemplo dos transtornos que os lesionados enfrentam, o ato de estacionar veículos em vagas existentes em estacionamentos coletivos dentro de espaços privados no município. (Leia nesta página).
Como nem sempre as lesões de que os trabalhadores com deficiência sofrem são aparentes, vivem eles o drama de ter de justificar o porquê de ocuparem o espaço que lhes é destinado. “Mesmo portando a credencial fornecida pela Urbes, somos cobrados. Eu já fui abordado inúmeras vezes para explicar o motivo de estacionar em vaga para deficientes. O problema é que nem todos respeitam a regra. Até contêiner de lixo ocupa vaga reservada em Sorocaba.”
Normalmente, explica Sergio Candido, os lesionados administram complicações de natureza ortopédica. “Guardadas as devidas proporções, nós, lesionados, enfrentamos problemas comuns aos deficientes. Precisamos manter o nosso sustento, mas nos deparamos com a barreira do tratamento indigno dos superiores no serviço. Também estamos expostos ao preconceito e à discriminação, inclusive do poder público.”
Entidade comemora o Dia da Pessoa com Deficiência
Hoje é comemorado o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência e, para marcar a data a Creche Especial Maria Claro realiza, das 8h ao meio-dia, uma série de atividades voltadas à conscientização sobre o tema. Na programação estão as apresentações da banda formada por crianças da creche, do grupo Felicidade Down, Teatro de Luz Negra: O Segredo do Passarinho e grupo do PEP, além de dança adaptada. A entidade fica na rua João Wagner Wey, 1240- Jd América.
Fonte: Jornal Cruzeiro