O Ministério da Saúde confirmou nesta quarta-feira 25 novos casos de transmissão de febre chikungunya no Brasil. Seis foram registrados em Oiapoque, no Amapá, na divisa com a Guiana Francesa, e 19 em Feira de Santana, na Bahia. Também foi confirmado um novo caso importado, ou seja, contraído por alguém que viajou ao exterior. Com isso, são 41 casos de transmissão interna, todos confirmados por exames laboratoriais até o último domingo, e 38 importados, totalizando 79. A doença tem sintomas parecidos com os da dengue e é transmitida pelos mesmos mosquitos: o Aedes Aegypti e o Aedes Albopictus.
Originária da África, a febre chikungunya se parece com a dengue, mas é mais dolorosa, embora com letalidade baixa. Provoca severas dores nas articulações que podem perdurar por longo tempo, além de febre, mal-estar e dor de cabeça. O tratamento consiste no alívio dos sintomas, que costumam durar de três a dez dias. É recomendado repouso, hidratação e o uso de analgésicos como o paracetamol.
Dos 16 casos de transmissão interna confirmados anteriormente, dois eram em Oiapoque e 14 em Feira de Santana. Até o momento, são as únicas cidades em que houve registro no Brasil de pessoas contraindo a doença sem terem viajado para fora do país. Nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde voltou a informar que intensificou as ações de prevenção e combate no Amapá e na Bahia. Segundo a pasta, no fim de 2013, quando a doença tinha se espalhado pelo Caribe, foi elaborado um plano nacional de contingência de enfrentamento à chikungunya.
VÁRIOS CASOS DE SOLDADOS EM MISSÃO NO HAITI
Os 38 casos importados são de pessoas que viajaram para países com transmissão da doença, como República Dominicana, Haiti, Venezuela, Ilhas do Caribe e Guiana Francesa. Há vários casos, por exemplo, de soldados que estavam no Haiti. Até o momento, foram notificados 17 casos importados em São Paulo, quatro no Ceará, três no Rio de Janeiro, três em Roraima, dois no Distrito Federal, dois no Paraná, dois no Rio Grande do Sul, um no Amazonas, um no Amapá, um em Goiás, um no Maranhão e um no Pará.
Na semana passada, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, não descartou a possibilidade de uma epidemia de febre chikungunya no Brasil. O período de maior transmissão da dengue é de janeiro a maio. Como é o mesmo mosquito transmissor, as ações do ministério estarão focadas nesse período.
— É possível (epidemia). A gente ainda não consegue ter a dimensão do número de casos, nem a velocidade de propagação da doença. Mas não podemos descartar a possibilidade — disse o ministro na quarta-feira da semana passada, após o lançamento em Brasília de uma campanha nacional de doação de órgãos.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), até o último sábado foram registrados em outros países do continente 737.084 casos suspeitos e 10.635 confirmados. Ao todo, 118 pessoas já morreram: 56 na Martinica, 49 em Guadalupe e 3 em São Martinho (todos territórios franceses no Caribe), seis na República Dominicana, três em Porto Rico (território dos Estados Unidos) e uma no Suriname. Além do Brasil, são 35 países e territórios com casos confirmados na América.
FONTE: O Globo