O Secretario de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, afirmou nesta terça-feira (30) que o Brasil está preparado para lidar com uma situação semelhante à que os EUA enfrentam agora.
“A detecção de um caso importado de pessoa que viaja durante o período de incubação (ainda sem sintomas) é uma das situações previstas no Plano de Contingência de Resposta ao ebola preparado pelo Ministério”, ele afirmou, por meio de comunicado, de Washington, onde participa de reunião.
Segundo ele, apesar de pouco provável, a situação está prevista e há procedimentos para evitar que haja casos secundários.
Barbosa acredita que seja “muito improvável” a transmissão nos EUA, pois o país tem infraestrutura de serviços de saúde capaz de atender a casos de ebola e realizar isolamento de pessoas que tenham mantido contato com o doente.
“Essas medidas evitam a transmissão do vírus, como se viu no Senegal, que também detectou um caso importado há três semanas e conseguiu impedir a ocorrência de casos subsequentes.”
O caso de Dallas se assemelha também ao de Patrick Sawyer, diplomata liberiano-americano que viajou da capital da Libéria, Monróvia, para Lagos, na Nigéria. A diferença é que ele já apresentava sintomas e contaminou pessoas que tiveram em contato com ele no aeroporto e no hospital.
A Organização Mundial de Saúde estima que serão registrados 20 mil casos de ebola até 2 de novembro.
A reportagem da Folha esteve em Serra Leoa em agosto para fazer reportagens sobre a epidemia de ebola. Os repórteres voltaram em 20 de agosto e tiveram a temperatura monitorada no aeroporto da capital, Freetown.
Mas posteriormente, nas escalas em Bruxelas, Londres e na chegada a São Paulo, não houve qualquer controle.
FONTE: Folha de S. Paulo