Os dados são oficiais, da própria Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP). Em pesquisa respondida por 345 de seus associados, 7,5% da amostra questionada, foi registrado que 64,64% já sofreram algum tipo de agressão durante o exercício da medicina.
A sondagem foi realizada entre novembro e fevereiro últimos, por meio de questionário estruturado, enviado via on-line, com consolidação eletrônica. A violência se manifesta das mais diversas formas: psicológica (57,39%), seguida de física (6,38%), cyberbullyng (1,45%) e assédio sexual (1,16%).
“O quadro requer atenção máxima e atitude das autoridades da Segurança Pública e da Saúde”, pondera Claudio Barsanti, presidente da SPSP. “Chamo atenção a um índice que, a princípio parece menor, mas não é: cyberbullyng. Os episódios têm aumentado demais nos últimos anos e pautados em inverdades e destemperos. São situações que podem destruir a carreira de um profissional, pois as redes sociais admitem tudo e ainda não possuem regulação adequada para coibir abusos. A Sociedade de Pediatria lutará pela segurança e para resguardar os pediatras de São Paulo”.
Outro fato preocupante é que 75,65% dos pediatras já presenciaram cenas de violência contra profissionais da saúde, sendo que 38,26% deles afirmaram ter acompanhado agressões simultâneas a mais de um.
A despeito dos números alarmantes, 54,20% dos pediatras não reportaram às diretorias clínica ou técnica a agressão sofrida ou presenciada. Sobre aqueles que deram queixa, 82,61% relatam não terem recebido apoio efetivo, o que, claramente, desmotiva outros médicos a denunciarem.
Com foco ainda nas denúncias, 83,19% dizem não ter feito queixa para a Polícia ou em órgãos públicos. Aliás, 93,33% dos pesquisados desacreditam que tais autoridades estejam empenhadas em resolver o problema da violência sofrida pelos profissionais da saúde.
Por fim, quase 97, 7% dos pediatras creem que a violência contra o profissional da saúde vem aumentando nos últimos anos.